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No encontro, os aficionados por miniaturas puderam expor suas coleções e ainda conhecer pessoalmente o norteamericano Larry Wood, que trabalha na fabricante de brinquedos Mattel há 40 anos, desenhando os pequenos carros. Para o designer, ver suas criações nas prateleiras das lojas ou nas exposições é a melhor parte do seu trabalho. “O que considero mais divertido no que faço é desenhar os carrinhos e, em seguida, vê-los nas lojas ou nas mãos dos colecionadores. É gratificante ver o fascínio que eles causam nessas pessoas”, explicou Wood.
Coleção em família
Colecionar carrinhos de metal, normalmente, é coisa de garoto, mas a paixão pelo hobby pode começar pelos filhos e, posteriormente, contagiar os pais. O estudante Yuri Barbosa formou seu acervo a partir de miniaturas de aviões e, atualmente, comparece às convenções com seus pais, também colecionadores. “Minha mãe gosta mais dos carrinhos pintados de rosa, enquanto meu pai prefere os muscle-cars. Eu admiro os modelos com design original da Hot Wheels, que são carros que existem apenas como miniaturas. Somando todas as coleções, devemos ter mais de 1.300 carrinhos”, disse Barbosa.
Já a advogada Renata Gois, mantém o hábito de colecionar miniaturas há 15 anos, quando ainda namorava seu marido. Hoje, o casal compartilha o hobby com seus três filhos. “Cada um de nós tem a sua coleção que, no total, deve somar de 3.000 a 4.000 carrinhos. Para conseguirmos os exemplares mais difíceis, o negócio é garimpar as lojas de brinquedos".
A paixão pelos “minis” pode fazer os colecionadores gastarem pequenas fortunas. Os modelos mais comuns são vendidos por cerca de R$ 5, enquanto os mais raros podem valer até R$ 500. Para conseguir exemplares mais exclusivos, vale a pena até comprar os carrinhos em sites estrangeiros. O estatístico Cleber Santana coleciona Hot Wheels desde 2006 e não tem ideia de quanto já gastou para ter suas 1.400 miniaturas. “Tenho um modelo autografado pelo Chip Foose (norteamericano que ficou famoso por customizar automóveis em um programa de televisão) que deve valer uns R$ 20, mas por estar assinado, eu nem sei quanto vale”, destaca Santana.
Em escala real e nas pistas
Quem foi à convenção esperando ver apenas veículos em escala reduzida deve ter ficado surpreso ao se deparar com um Fiat Punto personalizado pela Mattel e o carro da equipe Hot Wheels Stock Car Team, que compete na categoria mais importante do automobilismo nacional. O primeiro recebeu pintura especial, som mais potente e um upgrade no motor, que o deixou com cerca de 300 cv de potência. Já o outro, é o bólido pilotado pelo tricampeão Chico Serra.
O piloto diz, inclusive, que admira o hobby de colecionar miniaturas e que já chegou a ter seus carrinhos. “Eu tive uma pequena coleção, como todo moleque, mas não era assim fanático como o pessoal que está aqui no evento”. Serra admite ainda que gostaria muito de ver seu carro de competição reproduzido em tamanho menor. “Seria muito legal ver uma miniatura do meu stock”.
Brincadeira de gente grande
De acordo com a Mattel, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas colecionem Hot Wheels no mundo. O Brasil é o país que mais vende as pistas próprias para os modelos e fica atrás apenas dos Estados Unidos no ranking de vendas dos pequenos carros de metal. Observando a dedicação dos colecionadores e o fascínio que as miniaturas causam tanto nas crianças quanto nos adultos, dá para ter uma noção de quão contagiante é o hábito de comprar, trocar, compartilhar experiências e expor os carrinhos. Afinal, esta é a maneira mais fácil (e barata) de realizar o sonho de possuir Ferrari, Mercedes-Benz, Mustang e Corvette em sua garagem. Nem que para isso, seja preciso adquirir modelos que caibam no bolso, literalmente.
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